
É sempre muito complicada, na gestão financeira, a definição prática do que é regime de competência. É importante destacar e comparar a diferença entre o regime de competência e o regime de caixa. Ambos são importantes para a gestão financeira, sobretudo para a tomada de decisão. Assim, este artigo enumera em alguns tópicos uma análise das relações encontradas no regime de competência e regime de caixa.
Índice
1. Regime de competência sob o ponto de vista contábil
2. Regime de competência sob o ponto de vista financeiro
3. Afinal qual o regime mais importante, o regime de caixa ou de competência?
4. Fica a dica
Regime de competência sob o ponto de vista contábil
O regime de competência está sob o ponto de vista contábil onde a empresa realiza uma despesa e venda gerando uma receita. Imediatamente, com isso, é feito o registro onde gera o fato contábil. Portanto, se ele vendeu ou comprou a prazo, não importa, pois no regime de competência já é feito a contabilização.
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DRE: Demonstrativo de Resultado do Exercício
Convém destacar que o instrumento de medição é o Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE). Esta ferramenta indubitavelmente é fundamental para que o gestor analise e indique se as decisões renderam lucro ou prejuízo. O DRE tem papel importante contabilmente e, principalmente, para atender finalidades gerenciais uma vez que oferece informações importantes das receitas, custos e despesas da empresa. É possível observar um exemplo de DRE na figura abaixo:
Figura I – Planilha de Exemplo DRE | Fonte: Excel Soluções (2020)
Regime de competência sob o ponto de vista financeiro
No regime de caixa sob o ponto de vista financeiro, onde teremos uma medição da entrada e saída real de caixa, aqui medimos o quanto temos realmente, e de quanto a empresa dispõe de caixa para pagamento de seus compromissos mais iminentes. É importante para uma boa gestão financeira a utilização dos dois regimes:
- O de competência: que é fundamental pois é através do DRE que o gestor analisará efeitos dinâmicos como custos e despesas de comercialização de produtos ou serviços, despesas financeiras, custo de mercadorias ou de produtos, depreciação e demais variáveis.
- O de caixa: que medimos entradas e saídas, gerando, assim, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), ferramenta muito importante que vai demonstrar a saúde financeira da empresa, afinal é o caixa que pagará os compromissos diários. É o DFC que demonstrará se as decisões tomadas estão tendo efeito profícuo ou contraproducente afinal e ainda muito válido para a produção de relatórios que evidenciem a solvência ou mesmo a liquidez no dia a dia da empresa.
Na figura II,é possível conferir um modelo de Demonstrativo de Fluxo de Caixa.
Figura II – Modelo de DFC | Fonte: Investor (2019)
Fique de olho: É necessário cautela, uma vez que na DRE a empresa tem lucro, e por uma questão de descasamento entre os períodos de recebimentos e pagamentos na operação a empresa não dispõe de caixa: diferença entre os regimes de competência e de caixa.
Afinal qual o regime mais importante, o regime de caixa ou de competência?
Sem nenhuma dúvida, a resposta correta é afirmar que ambos são regimes importantes, visto que os dois estarão gerando o demonstrativo de resultado do exercício (DRE) e o demonstrativo de fluxo de caixa (DFC), dois instrumentos importantíssimos no processo decisório das empresas, não importando o tamanho, seja ela micro, pequena, média ou grande.
Infelizmente, observo em consultorias ou visitas técnicas ao longo da minha experiência empresas que não possuem a DRE e DFC tornando difícil a sustentabilidade financeira ou perenidade pois ambos instrumentos de medição são fundamentais nas estratégias de decisão, pois, o que não é medido, não pode ser conduzido ou mesmo gerenciado.
Fica a dica
Foco no regime de competência e no fluxo de caixa na ótica contábil e financeira, para um bom direcionamento organizacional e de boas práticas de gestão, pois com certeza empresas orientadas a bons relatórios contábeis e financeiros tem grandes possibilidades de sucesso e crescimento.
Márcio Carvalho de Brito
Professor de Finanças e Sócio da Valor Futuro
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